quarta-feira, 22 de setembro de 2010



Pulsa o coração, mas o corpo todo sangra.
A alma estremece, a mulher sobressai... Em beleza, em dor, em paixão.
Cresce um desejo, uma vontade de se dar, de se perder achar.
Um lugar de conforto subitamente desconforta.
Ela expulsa o lugar. E no lugar, experimenta outros e outros tantos.
Perde a compostura, vem perdendo a rigidez... Entrega-se, se deixa ser.
Essencialmente ela agora está. Não suporta mais as grades.
Se a paixão lhe impõe, dane-se então! Se apaixone por ela e ela é a vontade de seguir.
Caso contrário, solte-a. Ela não fica. Ela precisa ir.

E ela vem chegando...


Sentiu seu corpo seduzir outro. A mulher apareceu numa leveza que nenhuma palavra se arrisca a descrever. Ela veio dançando, sorrindo, brincando, mas sem perder a novidade da brejeirice na meninice. Fitou uma guia de Ogum... Aquilo de fé lhe chamou atenção. Será porque não tinha muita? Pôs-se a crer naquele instante. Resistiu ao seu próprio poder, mas não segurou a onda... Permitiu-se gozar nos olhares de querer. Quis e teve. A pele, o cheiro, a boca, o corpo. Teve tudo que se quis. Se há de querer e de ter amor é o tempo que dirá. Mas o tempo já lhe ensinou a ser mulher. E vejam só! Olha ela ai vivendo e sentindo a vida acontecer sem pressa e sem medo.